domingo, 18 de janeiro de 2009

Interdisciplinaridade, multidisciplinaridade, transdisciplinaridade

“O paradigma Transdisciplinar”, de Daniel José da Silva, 1999. Fichamento do texto.
História da interdisciplinaridade.
No Brasil, são Ivani Fazenda e Hilton Japiassu os maiores disseminadores da interdisciplinaridade. Influenciados por Georges Gusdorf, o primeiro sistematizador da proposta de trabalho interdisciplinar (baseado num grupo de trabalho das Ciências Humanas) que foi apresentado em 1961, na Unesco, marcando o surgimento efetivo da área. Em 1970, a OCDE, promove um seminário internacional sobre o tema em Nice. Publicam, dois anos depois, a sistematização do interdisciplinar. Nesse evento, Piaget lança a palavra Transdisciplinar, dizendo que deveria suceder uma etapa superior, cujas interações disciplinares aconteceriam num espaço sem as fronteiras disciplinares ainda existentes na etapa interdisciplinar. A partir dessa época surgem os trabalhos de Edgar Morin, E. Jantsch.
1976. Japiassu lança livro prefaciado pelo próprio Gusdorf.
Ivani Fazenda conhece Gusdorf e inicia um dos mais eficazes programa de pesquisas sobre interdisciplinaridade e educação. Outra referência é o francês Pierre Weil, da Universidade Holística. O inter e o trans são abordados como exigências dos métodos empregados para a construção da visão holística de mundo.
Nestes autores os conceitos de multi e inter são basicamente o mesmo. A fonte é a classificação de 1972, feita por Jantsch. Associa justaposição a multi e integração a inter:
A justaposição na multi refere-se aos conteúdos das disciplinas; enquanto a integração na inter refere-se as relações entre os pesquisadores.
O conceito de trans é muito pouco citado. Aparece em Ivani como uma utopia, uma impossibilidade: ao transcender as disciplinas, a trans exigiria uma autoridade a ser imposta as demais, negando o diálogo interdisciplinar.

Síntese deste modelo:
Coordenação solidária e relações de parcerias entre as diversas percepções da realidade construídas pelas disciplinas presentes no processo. A leitura da realidade continua sendo unidimensional, disciplinar e multireferencial. O esforço de integração é sobre as subjetividades objetivas dos envolvidos e não sobre o objeto. O resultado é a formação interdisciplinar do sujeito, a partir das trocas intersubjetivas. O objetivo é resgatar a unicidade do conhecimento, superando a fragmentação e a disjunção.

A crítica é uma forma de nos vermos com os olhos do outro”.

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